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Arquitetura Neuromórfica e mudanças climáticas – vórtice de vivências, pensamentos, sentimentos e afetos 

 

Tradicionalmente, a prática arquitetônica tem sido dominada pelo olho/visão. Nas últimas décadas, porém, arquitetos e designers começaram cada vez mais a considerar os outros sentidos, ou seja, som, tato (incluindo propriocepção, cinestesia e o sentido vestibular), olfato e, em raras ocasiões, até gosto em seu trabalho. Até agora, houve pouco reconhecimento da crescente compreensão da natureza multissensorial da mente humana que emergiu do campo da pesquisa em neurociência cognitiva. Esta revisão, portanto, fornece um resumo do papel dos sentidos humanos na prática do projeto arquitetônico, tanto quando considerados individualmente quanto, mais importante, quando estudados coletivamente.


Neste contexto, reconhecer  a natureza fundamentalmente multissensorial da percepção na arquitetura, nos leva a uma série de interações ambientais ou atmosféricas cruzadas surpreendentes, como entre a cor da iluminação e o conforto térmico e entre o som.

 

Ao mesmo tempo, no entanto, o foco contemporâneo no design sinestésico precisa ser reenquadrado em termos de correspondências transmodais e integração multissensorial, pelo menos se for para aproveitar ao máximo as interações e sinergias multissensoriais que foram descobertas nos últimos anos. Olhando para o futuro, a esperança é que a prática do projeto arquitetônico incorpore cada vez mais nossa crescente compreensão dos sentidos humanos e como eles se influenciam. Espera-se que essa abordagem multissensorial leve ao desenvolvimento de edifícios e espaços urbanos que promovam melhor nosso desenvolvimento social, cognitivo e emocional, em vez de prejudicá-lo, como frequentemente acontecia anteriormente.

 

Palavras-chave: 

Percepção multissensorial, arquitetura, os sentidos, correspondências crossmodais

 

A arquitetura sempre foi e sempre  será  uma forma de arte. Ela precisa apenas ser repensada dentro de um novo contexto.

Como arquiteto-artista, tudo o que faço é utilizar ferramentas contemporâneas de diversas áreas do conhecimento para produzir algo relevante, diferenciado e inspirador. Uma arquitetura desta natureza, além de provocar qualidades que surpreendam  diariamente o usuário, elabora e refina a experiência dos cinco sentidos humanos propiciados pelo design.

E para mim, o fazer arquitetônico não é apenas produzir qualidades no resultado, mas também o de criar a experiência poética no processo.

 

A arquitetura provoca nossos sentidos. 

 

A materialidade construtiva da arquitetura pode ter inteligência.

Originamos indiscutivelmente da explosão de matéria cósmica que formou os sistemas estelares do universo. Da evolução estelar à biológica, chegamos até aqui. Um longo percurso percorrido. A vida, portanto, é fruto de um fino design misterioso, com início na origem dos berçários de estrelas em formação. E nós humanos, somos uma sobra dos fragmentos desta poeira interestelar organizada pela evolução. Podemos arriscar a dizer que a materialidade vibrante da arquitetura, tanto quanto nossa materialidade biológica como humanos, transita dentro de um continuum metafísico,  da concepção de mente universal adquirida por todos os sistemas complexos existentes no universo e da matéria cósmica vibrante. Portanto aí reside um sútil e distante parentesco entre nós e a arquitetura, através da trama entre a  imanência da matéria não viva para a a matéria viva. O parentesco reside neste estar sempre em trânsito evolutivo e interminável. 

 

A vida é a emergência do universo físico e consequentemente, a flecha do tempo dito por Ilya Prigogine. Ou seja, a biologia como uma amplificação de intensificação e traços sempre presentes no mundo físico. Portanto, nossa ousada proposta de parentesco, é revelar a possibilidade de um salto antropológico da espécie humana na busca de uma identidade íntima, ainda não revelado pela arquitetura contemporânea, que se propõe a vibrar entre nós e o abrigo ancestral que nos protegeu manteve nossa permanência  na terra como espécie animal. Nossa proposta é ir além do abrigo ancestral como também do bom gosto das construções contemporâneas. A ideia de parentesco visceral, aparentemente longínquo porém constitutivo nos novos conceitos da emergência da imanência da materialidade do mundo como um grande parentesco entre os humanos e tudo que não é humano. Somos uma grande teia holográfica de infinitas interferências cósmicas que nos une por um laço originário.

 

Podemos imaginar a arquitetura como uma ponte que poderá fazer a conexão entre tecnologias industrializadas já existentes e tecnologias ancestrais/naturais dos povos originários do Brasil? Um arco-íris no espaço-tempo da evolução. Como podemos planejar o nosso futuro e o futuro da arquitetura quando não sabemos como estaremos trabalhando ou vivendo, mas sabemos com certeza que será diferente de hoje? Como podemos construir uma arquitetura livre da emissão de carbono até 2030? Qual será o papel da neurociência aliada à arquitetura  sustentável gerada  a partir da experiência do design individual para cada usuário? Como podemos projetar locais de trabalho e vivência onde as pessoas sejam mensuravelmente mais felizes, saudáveis e criativas? O que pode ser possível quando o mundo físico e o digital se fundem para amplificar o melhor a adaptação e a compreensão do ser humano mediado pelo espaço arquitetônico? Como a arquitetura vai lidar com um dos maiores  desafios deste século? 

 

Arquitetura é uma linguagem geométrica e por isto pode conceber e estruturar pensamentos que poderão dar conta dos impactos globais e determinar novas formas  de viver e estar no mundo Quanto mais a ciência avança, mais sabemos sobre o que chamamos de natureza e mais entendemos que a resposta está na natureza! Mas, “se a natureza é a resposta, qual é a pergunta?” Assistimos a um  momento de total desconexão da Arquitetura/Homem/Natureza, um  processo construtivo  centenário das  diversas técnicas insustentáveis que, como consequência levaram à maior degradação ambiental da história humana. Atualmente, tornou-se necessário restabelecer o equilíbrio ambiental e, para isso, surgem os princípios ecológicos que promovem a arquitetura de baixo impacto ambiental. 

A percepção do espaço afeta o comportamento humano. Assim, considerar a percepção do espaço relacionada aos cinco sentidos humanos promove uma arquitetura que possibilita experiências ao indivíduo sendo, portanto, uma arquitetura a ser sentida e percebida como objeto-corpo. Como pensar a  arquitetura voltada para as mudanças climáticas? Como incorporar fontes energéticas limpas, o design bioclimático e as neurociências no processo do fazer arquitetônico ? Como aproximar humano/ natureza mediados pela arquitetura neste mundo por vir ? Estamos agora interrogando “a questão” por meio de esforços interdisciplinares envolvendo campos como ciência dos materiais, biologia, genética, arte, arquitetura, engenharia civil, design, computação gráfica e interação humano-computador. Estaríamos explorando fronteiras pós-humanas? Temos  atuado  como seres  diferentes da natureza, em  espírito e matéria. Tal distinção permitiu aos humanos, ao longo dos últimos séculos, utilizarem a natureza como um recurso para satisfazer nossos desejos e impor nossos princípios civilizatórios sobre ela. Esta gradual e seletiva destruição foi permitida pelos fundamentos legitimadores do projeto humanista. A Terra nada mais era e/ou ainda é, um mero pano de fundo para as ações da assim chamada “prosperidade humana”. No entanto, o aquecimento global e as mudanças climáticas se tornaram atuantes o suficiente para ameaçar nossa própria existência, nos forçaram a reconhecer que a Terra é agente (Gaia) vivo por si só. O que seria mais ativo do que tal catástrofe global? Isto nos leva a tornarmo-nos gradualmente conscientes de que o homem não é o centro do universo. Seguindo uma longa tradição de pensadores que buscam descentrar “o humano” , levantamos a hipótese de incorporar esta descentralização à arquitetura. 

 

Podemos pensar o objeto da  própria arquitetura como uma forma de inteligência não humana? 

 

A possibilidade de agenciar  esta perspectiva de uma nova concepção de arquitetura, permitirá que  todos os fluxos de inteligências  para além da humana, vivas e não vivas, passem a interagir com estruturas abstratas como o tempo, espaço, forma, design, etc, e incorporem todos os outros tipos  de “matéria vibrante” (Jane Bennett). 

 

Matéria e energia – arquitetura biofílica

 

Na visão de Jane Bennett, a matéria que consideramos ‘morta’, como fósseis e pedras, não está realmente morta e é constituída por um jogo de forças vivas e energéticas (Deleuze). Portanto uma arquitetura que seja um local de agenciamento  dentro e através desta multiplicidade de outros corpos e formações materiais e imateriais, que ainda desconhecemos, passará  a constituir  uma nova sintaxe do “viver e estar no mundo” do homem contemporâneo, repleto de conflitos globais e sócio-ambientais. Contamos atualmente com a possibilidade de conceber o design baseado em materiais vivos e adaptativos às dinâmicas de mudanças globais: podemos produzir conceitos rigorosos, uma abordagem na arquitetura que nos permitirá explorar, compreender e contribuir para uma mudança interdisciplinar de paradigma  do nosso “estar no mundo”. Quais são as maneiras de construir uma arquitetura de alto repertório  neste século que sejam consistentes com  as necessidades futuras do homem-natureza? A nossa proposta é criar novas  ferramentas computacionais e cognitivas para mimetizar os mecanismos evolucionários internalizados na natureza construindo uma arquitetura biofílica, ou seja, fundamentada em  epistemologias  estético-científicas (com a capacidade de auto-organizar-se, crescer  e reproduzir  espontaneamente). Uma arquitetura que evolua com o usuário-intérprete. Natureza e consumo  – uma NeuroArquitetura Pode-se dizer que o equilíbrio do nosso planeta – para nossa própria sobrevivência  necessita de uma redefinição precisa de nosso comportamento, educação, hábitos básicos, alimentação, capacidade de gestão de resíduos e bens de consumo. Por exemplo, temos que nos acostumar com a ideia de que não precisamos de tanta luz à noite (nossos olhos têm uma ampla capacidade de alcance que não usamos), assim como quando colocamos um suéter se estiver frio. O consumo de energia deve ser radicalmente reduzido: uma cidade europeia de médio porte de apenas 100 km² gasta 10 milhões de euros anualmente apenas na manutenção de suas luzes de rua (novas lâmpadas, reparos, repintura), além do consumo de eletricidade. Se multiplicado por todas as cidades dos cinco continentes, o número é absolutamente astronômico. Portanto, a bioluminescência substituirá a iluminação artificial, em alguns níveis – não há dúvida sobre isso. A natureza está sempre nos ensinando, neste caso de muitas maneiras bioluminescentes, de bactérias e plânctons a algas, fungos, insetos, etc. Seria suicídio para as próximas gerações se não aprendêssemos com a natureza a superar um novo modelo energético. Será que podemos pensar a arquitetura como sendo capaz de utilizar suas dinâmicas espaço-temporais, materialidades e agenciamentos para romper esta tradição milenar? Será que a arquitetura poderá transcender a condição antropológica e ancestral de abrigo contra as intempéries do clima e se tornar como uma espécie de  “observatório” amplificador de nossos horizontes de percepção sobre o futuro por vir? Uma arquitetura que possa incorporar, interagir e transitar as inteligências humanas e não humanas. 

 

Podemos pensar o objeto da  própria arquitetura como uma forma de inteligência não humana? Ou seja, a própria arquitetura está se tornando um corpo vivo e poderá absorver e transmitir  seu próprio metabolismo com a natureza e o ambiente circundante e nos conduzir para uma nova maneira de viver e estar  no mundo Diferentes fatores podem influenciar a forma como percebemos a mesma realidade. No caso da arquitetura e do design, como a NeuroArquitetura e a arquitetura bioclimática podem contribuir para o entendimento de como as diferentes características sensoriais dos ambientes podem afetar a percepção e consequentemente, construir novas representações mentais para ampliar nosso entendimento sobre a realidade? Diferenças nos órgãos sensoriais (como a deficiência de um ou mais sentidos, por exemplo), podem fazer com que a realidade mais simples seja percebida de forma completamente diferente. Mas há outras variações que valem a pena mencionar. A idade dos usuários também pode afetar diretamente o funcionamento dos órgãos sensoriais, como os olhos ou ouvidos, ou até mesmo o funcionamento do cérebro ao receber e interpretar informações do ambiente. Lidar com esse tipo de revisão requer uma perspectiva ampla e inter-relacionada. Isso é especialmente útil no caso de disciplinas complexas e que ainda não foram revisadas nesse nível, como a neuroarquitetura. Ao longo dos tempos, a  prática da arquitetura  tem sido tradicionalmente determinada  pelo domínio do olho/visão;  um número crescente de arquitetos e designers contemporâneos têm, nas últimas décadas, começado a considerar o papel dos outros sentidos na percepção do espaço,ou seja, som, tato, olfato e raramente o paladar. Ao incorporar os cinco sentidos nesta nova concepção, a arquitetura  se coloca como uma nova forma de interface mediadora entre o homem e o mundo e, consequentemente, conduz  nossa cognição para  experiências somente reveladas por um determinado locus arquitetônico que molde nossa cognição para um estado de permanente admirabilidade. Este estado de  consciência (awareness) de manter nossa percepção viva ao incorporar todos os nossos cinco sentidos, funda uma nova episteme na arquitetura: saltamos da função de abrigo para um objeto de magnificação fenomenológico-estético-social. Assim, ao considerar  a arquitetura como uma obra de arte aplicada, passamos a vivenciá-la como algo que evolui em concomitância com o usuário, como também a ser sentida e percebida na plenitude da nossa dimensão corporal: as nuances do nosso movimento pelo espaço, os odores, modificações de escala e luz, passam a incorporar o nosso caminhar pelo espaço como dança, ouvir como música, olhar como cinema, cheirar como fragrância de perfume, etc. Trata-se uma arquitetura afetada pela presença do seu usuário, não somente no plano das transformações físicas que ele pode realizar mas também que se modifica, enquanto ambiente, de acordo com a experiência daquela que habita o espaço. Uma obra de arte ambiental que se oferece como espaço e se afeta pelo uso desse espaço.

 

A arquitetura como revolução neurocognitiva – Neuro AU

A NeuroArquitetura possui um caráter interdisciplinar e, ao incorporar elementos da neurociência aplicada, estabelece interfaces ricas com outros campos do conhecimento que, originalmente, não mantinham amplo diálogo com a arquitetura e o urbanismo tradicionais. Sendo assim, a NeuroArquitetura amplia o campo de pesquisas sobre a relação entre o ambiente construído e seus usuários, potencializando a compreensão de diversas mensagens que esse ambiente transmite, inclusive no que se refere a níveis menos conscientes de percepção Qual o papel do neurodesign e das novas tecnologias digitais e biotecnológicas para fundamentar esta nova  concepção arquitetônica, seja em sua dimensão projetual ou construtiva? Para atender a esse objetivo amplo, foram definidos os seguintes sub objetivos: fornecer uma visão global da produção científica relacionada, mostrando as tendências das diferentes abordagens em termos de tipo e data de publicação.

 

12 Princípios da NeuroArquitetura e do NeuroUrbanismo

 

1 – A Neuroarquitetura se define como a aplicação da neurociência aos espaços construídos, visando a maior compreensão dos impactos da arquitetura no cérebro e nos comportamentos humanos. 

 

2 – A Neuroarquitetura possui um caráter interdisciplinar e, ao incorporar elementos da neurociência aplicada, estabelece interfaces ricas com outros campos do conhecimento que, originalmente, não mantinham amplo diálogo com a arquitetura e o urbanismo tradicionais. Sendo assim, a NeuroArquitetura amplia o campo de pesquisas sobre a relação entre o ambiente construído e seus usuários, potencializando a compreensão de diversas mensagens que esse ambiente transmite.

 

3 – Uma das grandes diferenças entre NeuroArquitetura e Psicologia Ambiental se dá por conta das contribuições da neurociência, que permitem um entendimento mais completo do funcionamento do cérebro e das reações fisiológicas do organismo quando exposto aos estímulos do ambiente. Nesse sentido, é possível afirmar que a NeuroArquitetura engloba também o campo da Psicologia Ambiental, porém vai além ao envolver estudos sobre o sistema nervoso, o sistema endócrino e o sistema imune, por exemplo.

 

4 – A NeuroArquitetura pode ser estudada em diferentes níveis, variando desde o molecular e o celular até o dos sistemas e do comportamento, sempre buscando compreender como o ambiente físico impacta os indivíduos. Alguns exemplos desses efeitos em vários níveis são: liberação de substâncias químicas como hormônios e neurotransmissores, expressão gênica, plasticidade cerebral ou alteração dos estados mentais, da percepção, das emoções e dos comportamentos.  

 

5 – A NeuroArquitetura pressupõe que o ambiente tem influência direta nos padrões mais primitivos de funcionamento do cérebro, que fogem da percepção consciente. A aplicação da NeuroArquitetura consiste em buscar criar ambientes que possam estimular ou inibir alguns desses determinados padrões, a depender da função do espaço em questão.  Nesse sentido, arquitetos que utilizam a neurociência aplicada podem projetar com o objetivo explícito de afetar comportamentos humanos, mesmo os que estão além da percepção e do controle conscientes. 

 

6 – A neurociência revela diversos padrões de funcionamento do cérebro, mas ainda assim as pessoas são únicas por conta das influências genéticas, culturais e da experiência individual. Nesse sentido, o mesmo ambiente pode gerar efeitos distintos em diferentes pessoas e, por isso, a compreensão do público alvo que utilizará os ambientes projetados é fundamental para o sucesso da aplicação da NeuroArquitetura. 

 

7 – O ambiente físico não é a única variável que afeta o funcionamento do cérebro e o comportamento. Características pessoais, ambiente social, hábitos e rotinas são exemplos de outras variáveis que também podem afetar as reações fisiológicas e o comportamento das pessoas. Além disso, cada ambiente tem uma função específica e deve ter características para estimular comportamentos específicos, tais como criatividade, concentração, aprendizado e memorização, socialização, relaxamento, envolvimento, respeito, etc. 

 

8 – Do ponto de vista prático, a NeuroArquitetura pode e deve ser utilizada para tornar a ação humana mais efetiva e, acima de tudo, para criar espaços mais saudáveis no curto e no longo prazo. Assim, o princípio maior da NeuroArquitetura deve ser “eficiência com qualidade de vida e bem-estar pessoal”.  Tudo isso por meio da concepção e da utilização estratégica do espaço. 

 

9 – A duração e a frequência de exposição  dos indivíduos ao ambiente físico pode impactar nos efeitos que este gera no organismo, na percepção e no comportamento. De maneira geral, quanto maior o tempo de ocupação num determinado espaço, mais duradouros tendem a ser os efeitos que este pode gerar no organismo. Por isso, ambientes de longa ocupação requerem um olhar mais atento dos arquitetos e designers, tendo em vista que eles têm maior chance de gerar efeitos de longa duração, como mudanças plásticas no cérebro. 

 

10 – É fundamental levar em consideração princípios éticos ao projetar utilizando a neurociência aplicada, tendo em vista que o ambiente construído pode influenciar seus usuários sem que estes se deem conta. Esses elementos éticos são de grande relevância em todas as áreas de aplicação da neurociência. 

 

11 – A aplicação da neurociência à arquitetura ou a qualquer outra área deve ser feita com cautela. O cérebro e seus mecanismos são  extremamente complexos e a fronteira do conhecimento nessa área está em constante avanço. Se não se mantiver constantemente atualizado, utilizando fontes de informação confiáveis, o NeuroArquiteto poderá ser levado a conclusões questionáveis.

 

12 – A NeuroArquitetura não consiste na criação de regras específicas que devam ser seguidas por arquitetos ao projetarem. Ela consiste em um conjunto de conceitos envolvendo diferentes propriedades do cérebro que podem ser impactadas por determinadas características do ambiente. Cabe aos arquitetos e urbanistas escolher o que aplicar e quando/onde aplicar.

 

José Wagner Garcia

 

 

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