OBSERVATÓRIO BIOMIMÉTICO PARA PLANTAS TRANSGÊNICAS
Diferente de um telescópio, cuja função é basicamente ampliar e corrigir paralaxes, esta membrana é um instrumento semiótico que busca atuar como Realidade Aumentada. Trata-se de uma espécie de membrana sígnica, com design especializado, que acumula funções múltiplas, de visualização, tradução, interpolação de informações e pontos de observação; e especialmente o confinamento das plantas transgênicas bioluminescentes, de modo a impedir a transmissão de informação desses organismos geneticamente modificados em laboratórios para o ambiente externo, sem impedir sua exibição em certames de arte.O design da membrana arquitetônica foi gerado por algoritmos bioinspirados e seguindo, em termos formais, princípios da biomimética, área da ciência cujo objetivo é o estudo das estruturas biológicas e das suas funções, procurando aprender com a Natureza, suas estratégias e soluções, aprimoradas pela seleção natural nos últimos 4,5 bilhões de anos. O design se utiliza desse conhecimento e inteligência em diferentes processos inventivos. Esta é a concepção de um design generativo, método de geração e finalização de imagem, som, arquitetura, animação, que utiliza regras ou algorítmos em programas de computador, cuja essência é biomimética e, portanto de lógica bioinspirada nos processos de orgânica.
Desta forma é que se pode traçar um paralelo entre a dimensão orgânica do conteúdo – o arroz bioluminescente e a organicidade plástica e funcional do contingente – a membrana arquitetônica que possui características orgânicas e biomiméticas.
Em sua função como realidade aumentada algumas das “células” da membrana, segmentos da superfície multifacetada, temos a projeção de imagens eletrônicas, translúcidas, que apresentam e acrescentam informações não observáveis diretamente, tais como dados metabólicos, imagens da expressão da luz por microscopia eletrônica, dados obtidos em tempo real por nano sensores
(pigmento antena – fotossíntese) etc.
A membrana arquitetônica contém no seu interior uma cavidade de vidro, espécie de vesícula invertida, que permite ao fruidor um acesso imersivo mantendo o ambiente interno hermético, de um ponto de vista interno ao construto arquitetônico.